Resenha: “A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista”

Título: A Probabilidade Estatística do Amor á Primeira Vista (“The Statistical Probability of Love at First Sight”).

Autor (a): Jennifer E. Smith

Páginas: 223

Editora: Intrínseca

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A probabilidade estatística do amor a primeira vista é um nome bem interessante para se dar a um livro. O livro conta a história de Hadley, e começa na manhã em que ela viaja para Londres, no casamento de seu pai, com sua futura madrasta; da qual Hadley, fugira de todas as possibilidades de conhecê-la antes da cerimônia. Ao voltar para pegar alguns pertences que esqueceu em casa, acaba perdendo o avião e tendo que esperar o próximo voo.

Já no aeroporto ela conhece Oliver, que a ajuda com as malas e coincidentemente senta-se na poltrona ao seu lado no avião. Eles passam o voo inteiro conversando, e Hadley comenta várias vezes de sua deplorável situação de briga com o pai. Mas o que são algumas horas conversando meio a dois fusos horários, quando se está atrasado para um casamento?

Quando chegam ao solo inglês, os dois seguem seus diferentes rumos, com uma grande possibilidade de nunca mais se verem. Porém qual seria a probabilidade deles se encontrarem novamente? E se eles se apaixonaram… a primeira vista?!

(…)

 

O livro conta uma história não muito monótona, porém com um final meio clichê. Achei algumas coisas bem previsíveis, porém é um livro de romance que trouxe uma essência a mais. Fala bem mais além da história de amor – o que é imaginável, pelo título- e se aprofunda em histórias íntimas da personagem principal, como de sua infância e família (tendo seus flashbacks). Portanto é um livro de romance, que também nos traz a situação dos problemas com a família, e como os personagens enfrentam isso.

A história tem seu lado bem fictício, como algumas coisas e atos da personagem que ela não sabe (?) as consequências que causarão. Porém, na maior parte, tem o livro o seu outro lado amável, no qual você se imagina poder estar na história ou viver algo assim. Também teve coisas, que achei que a autora poderia ter esclarecido no final, como algumas perguntas não respondidas (ou talvez essas não tenham tido a importância de serem lembradas e não influenciam na história, mas eu fiquei com a curiosidade…).

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Adorei a capa brasileira -mais do que a internacional, apesar de ser bonita também- pois achei mais colorida e que remete mais ao público jovem. O livro tem duração de cerca de 24 horas, e em cada capítulo são dados os horários dos dois países, para situar o leitor, lhe dar uma visão ampliada, e  a noção do tempo. O livro tem 223 páginas (sendo uma de agradecimentos). Foi lançado no Brasil pela Editora Galera Record, do título original “ The Statistical  Probability of love at First Sight ”.

 

Um livro muito fofo, agradável, que de certa forma, tenta dar respostas a seu título: Qual a probabilidade estatística do amor à primeira vista?

A Probabilidade Estatística do Amor a Primeira Vista está sendo adaptado para o cinema.O filme está sendo produzido por Carolibe Kaplan e Bruna Papandrea, mas não tem nenhuma previsão de lançamento.

 

Sobre a autora

 

Jennifer E. Smith É autora, também, de The Comeback Season e You Are Here. Formou-se em redação criativa pela Universidade de St. Andrews, na Escócia, e atualmente, trabalha como editora em Nova York.

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“Hadley fecha os olhos só por um momento. Ao abri-los novamente, o avião não está mais lá. Quem diria que quatro minutos poderiam mudar tudo?”

 Pág. 11 (a Probabilidade Estatística do Amor a Primeira Vista)

Resenha: “O Segredo do Vale da Lua”

 

Nome do autor (a): Elizabeth Goudge

Titulo: O Segredo do Vale da Lua (do original “The Little White Horse”)

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RESENHA:

Esta é uma obra clássica inglesa (narrada em terceira pessoa), que conta um pequeno capítulo da história da órfã Maria Merryweather. A história se inicia ao Maria perder seu ocupado pai, e ter de ir morar -junto de sua governanta- no Vale de Moonacre (Vale da Lua), no Solar de um primo.

Maria se sente extremamente acolhida e feliz em seu novo lar. Porém, sobre o lugar paira a sombra da memória da Princesa da Lua, e do misterioso cavalinho branco. Um lugar mágico, que esconde por trás florestas sombrias, brigas de orgulho, e turbulentos segredos em cada morador do pequenino Vale. É quando Maria se vê envolvida numa trama cheia de magia e enigmas, tendo que se arriscar numa empolgante aventura para tentar devolver a paz e alegria a todo o Vale.

O livro narra assuntos de brigas entre famílias, e a impossibilidade que o orgulho dá á alguns; de se redimir consigo mesmo e com os outros.

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“Eu simplesmente adorei O Segredo do Vale da Lua”- É o comentário destacado na capa do livro, feito por J.K.Rowling, autora de Harry Potter. Um livro que esconde mágica em cada pedacinho, e nos dá um “quentinho no coração” e a simples vontade de poder morar no Vale de Moonacre! O Vale de Moonacre é um dos lugares mais mágicos e encantadores em que a autora poderia criar e narrar sua história.

O livro foi adaptado para o cinema em 2009, com várias mudanças; algumas eu achei que deram um melhor contexto ao livro, outras achei desnecessárias. O fim da história, que no livro algumas razões foram meio fracas e não me convenceram, no filme trouxeram uma ligação aventureira, mas que em alguns momentos fizeram perder a simplicidade e inocência do livro. Confesso que em partes gostei mais do filme, especialmente o teto de vidro do quarto na torre, e outros motivos pessoais. Mas essa Literatura Fantástica, carregada de inocência e magia, me fez amar tanto o filme quanto o livro!

 

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Recomendo tanto ler o livro, como assistir o filme e assim tirar as próprias conclusões. Afinal, literatura fantástica, às vezes não agrada a todos. E sou suspeita para falar sobre esse livro, pois me fascino muito por livros de fantasia.

 

O Livro contém 209 páginas, publicado pela Editora WMF Martins Fontes, conta com a tradução de Silvana Vieira e já tem mais de 700.000 exemplares vendidos.

 

 

“…é um fato que nada de valor se conquista neste mundo sem amor e humildade.”

– O Segredo do Vale da Lua

Resenha: A Garota dos Pés de Vidro

Título: A Garota dos Pés de Vidro ( The Girl with Glass Feet ).

Autor(a): Ali Shaw

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A História se passa no arquipélago de Saint Hauda’s Land. Dando seu início com Midas, um tímido fotógrafo que, à procura de novas fotos, conhece Ida, uma garota “do continente”. O autor, assim como Midas, deixa claro de que as botas de Ida eram grandes demais, assim como seu estranho andar.

Ida já havia estado em Hauda’s Land, tempos antes quando conheceu Henry Fuwa, o motivo de seu retorno. Ela acredita que Henry, um homem que conhece muito além dos mistérios da ilha, saiba a cura de sua incomum enfermidade. Ela está se tornando vidro.

Certa noite, Midas fica intrigado em descobrir o motivo do andar mancando de Ida, e lhe tira as meias enquanto dorme. Paralisado com o que vê, Midas tenta assimilar o que está diante de seus olhos: os pés de vidro da jovem Ida.

Ao longo da história também são exibidos flashbacks de cada um dos personagens (o que também sempre acaba atrasando um pouco o andamento da história) o que nos faz entender melhor cada um, como por exemplo, seus medos ou passagens significativas (marcantes), usadas como comparação.

Então Midas e Ida percebem que, talvez, estejam apaixonados. Juntos, vão tentar achar uma cura para a “doença” de Ida, que evolui mais a cada dia. Mas no meio de tudo, se deparam com um dilema: eles devem vivenciar seu presente ao máximo, enquanto ainda há tempo, ou continuar a buscar um futuro incerto?

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Não posso pensar que esqueci vagamente algumas páginas, ou estava procurando algo mais ao chegar na 287◦ página. Um livro cheio de belas paisagens bem detalhadas, um ponto que me incomodou em alguns momentos; gosto de livros detalhados, mas em algumas passagens, esse chegou a ser cansativo e repetitivo. O livro também tem um forte, desvendando a literatura fantástica muito entrelaçada com a realidade. A história não é só focada nos pés de Ida, mas também nos atenta ao amor; que pode tanto afundar,  destruir alguém, assim como trazer- nos de volta a vida.

Vemos em momentos que os “pés de vidro” de Ida são somente um detalhe e não um ponto da história, somente uma impossibilidade; e não valorizam o título. Para mim faltou história, faltou aproveitar o cenário criado.

A história poderia ter sido mais bem aproveitada, assim como trazer respostas como, por exemplo, a causa da enfermidade de Ida, coisas a qual o autor classifica como que simplesmente acontecem por acontecer.

 “Não há motivo. Não há explicação. As coisas acontecem, e só podemos tentar viver com isso.” (pag.169)

Ainda estou tentando juntar alguns pontos, a procura de algo que me faça entender o que fez o autor dar o final que se teve. Para mim, o objetivo mais apresentado na história, está em quanto tempo temos e quanto tempo nos resta, e como decidiremos aproveitá-lo; assim como, que às vezes devemos nos preocupar com o que estamos vivendo agora, no presente e por um segundo esquecer os planos incertos de um futuro indeciso.

Não há momentos altos ou baixos, os capítulos estão sempre se estendendo num mesmo ritmo, assim como as “aventuras” não são as tão lisonjeadas de tirar o fôlego. O detalhismo demasiado, como já citei, também me chamou a atenção, por mais encantadoras que as paisagens fossem. Também acho que deveria ter sido mais aprofundado o romance entre Midas e Ida, já que esse é um bom ponto da história. Acho que cada um pode julgar o livro de maneira muito pessoal e diferente. É uma boa história, mas deixa a impressão de que falta algo.

Mas ainda me intrigo com algumas “razões” da história. As coisas acontecem por acontecer? Bom,Talvez.

 

O livro, de Ali Shaw, conta com 287 páginas, tendo sido traduzido por Santiago Nazarian, e publicado pela Editora LeYa; que por sinal,  trouxe-nos uma edição maravilhosa,com uma capa encantadora e que não passa despercebida aos olhos. Com o livro fechado, podemos notar a cor cinza predominante nas laterais das páginas. Encontrei dois erros gramáticais, que podem passar absortos, apesar de que a esse ponto já devem ter sido corrigidos, contando que meu exemplar é de uma edição bem antiga (comprei em um sebo à alguns anos atrás, mas só agora decidi ler…)

 

 

Sobre o Autor:

Ali Shaw nasceu em 1982 e cresceu na pequena cidade de  Dorset, Inglaterra. Formou-se em literatura inglesa e depois foi trabalhar como vendedor de livros. Ele mantém um blog na internet onde fala sobre “A garota dos pés de vidro”.

 

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“É hora de acreditar no impossível. E, antes de mais nada, acreditar em si.”

 

“Você devia gastar seu dinheiro em livros. Sabe disso? Livros, Midas.” – pag. 81, A Garota dos Pés de Vidro.

 

 

Resenha:Extraordinário

 

Título: Extraordinário (Wonder)

Autor(a): R.J.Palacio

 

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August (Auggie) Pullman nasceu com uma deformidade facial genética e, ao longo de sua infância, passou por diversas cirurgias. August nunca frequentou a escola. Sua mãe lhe dava aulas em casa, até agora. Auggie entrará para o quinto ano do Ensino Fundamental em uma escola de verdade, pela primeira vez. Mas seu grande desafio, além de já conviver (em lugares públicos) com pessoas que lhe “olham de canto”, será provar para os colegas que, apesar da aparência, é alguém comum. O livro relata vários acontecimentos que Auggie tem de suportar e viver durante o ano.

No livro, encontramos uma diversidade de narradores, com pontos de visão de diferentes ângulos (Auggie, sua irmã, os amigos…). Mas chegamos a pensar que o livro quer passar algo bem mais além da história.

Há, durante o desenrolar da história, várias citações de músicas (David Bowie “Space Oddity” entre outros – no geral presentes no início de cada capítulo-) e livros (Nárnia, O Hobbit, entre outros).

Vemos vários capítulos da vida de Auggie ao decorrer do ano na nova escola. Apesar de eu achar algumas cenas desnecessárias, talvez elas estejam ali (exatamente) somente para provar que, além da aparência, ele é tão normal quanto qualquer um.

“Eu acho isso extraordinário.”

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Na minha opinião, esse é o tipo de livro que o governo deveria distribuir nas escolas, aos montes! Ele nos traz exatamente essa visão de mundo, o que precisamos nos dar conta sozinhos, muitas vezes.

Algumas vezes enquanto estava lendo, parava e me perguntava: “por que isso está acontecendo? Não tem ligação nenhuma com a história!”, mas então, interpretando basicamente o que a autora quis passar, são simplesmente esses eventos cotidianos que ela quer que nós nos ponhamos no lugar. É um livro que abre uma pequena fenda, pela qual podemos espiar os pensamentos de uma criança com deficiência física, pela qual ela é muitas vezes julgada. É algo que nos faz pensar no que fizemos e no que faremos em devidas situações.

Carregado de boas lições, o livro contém 318 paginas(contando com quatro de agradecimentos e autorizações),tendo sua primeira edição em Setembro de 2013, traduzido por Rachel Agavino, e publicado no Brasil pela Intrínseca.

 

 

Sobre a Autora:

R.J. Palacio atua no mercado editorial norte-americano há mais de duas décadas, atualmente com dupla função: designer gráfica durante o dia e escritora à noite. Ela mora em Nova York com o marido, os dois filhos e dois cachorros. Este é seu primeiro livro. Para difundir a mensagem de Extraordinário, a autora iniciou uma campanha antibullying no site www.choosekind.tumblr.com, da qual milhares de crianças já participaram.

 

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“Meu pior dia, o pior tombo (…)o pior xingamento, não são nada comparado ao que August já passou. A propósito, não estou tentando ser nobre: simplesmente sei que é assim.”

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