Resenha: Suicidas

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Título: Suicidas

Autor: Raphael Montes

Páginas: 487

Há um ano atrás, nove jovens se reuniram para jogar roleta-russa no porão de uma mansão. Mas o que os levou à isso? Qual o motivo do mórbido estado em que os corpos foram encontrados? Depois de todo esse tempo, uma nova pista foi revelada, essa capaz de justificar atos até então considerados irracionais: um livro escrito diretamente por um dos suicidas, que descreve momento após momento o que aconteceu naquele porão. Sendo isso, são convocadas as mães dos suicidas para uma nova reunião, na qual fragmentam-se comentários e observações das entidades enquanto a leitura do livro do suicida é feita.

Um livro um tanto mórbido, em momentos até macabro; com pensamentos profundos e frios, e a visão do abismo de cada personagem. Uma narração delicada e assustadora, com um final tão perverso quanto o próprio livro.

coverO livro não contém um personagem principal propriamente dito, mas foca em Alessandro, já que o mesmo foi quem escreveu o livro narrando os suicídios, qual mais tarde foi tomado como umas das principais pistas para a investigação do caso.

É basicamente dividido em três tempos (que são contados ao mesmo tempo, aletoriamente) –O presente: em que as mães estão na delegacia e tentam decifrar a pista.

(O passado) A noite dos suicídios: Onde vemos Alessandro narrando as mortes (até o momento em que ele mesmo morre).

(O passado II) O diário: Onde Alessandro (o mesmo que escreve o livro na noite dos suicídios no porão, e supõe-se ser o protagonista) conta passagens aleatórias de sua vida, algum dia, acontecimento, etc. que no final do livro se tornam significativos.

Se tornou meu livro preferido desde então; de tamanho razoável, mas que em míseros dois dias deve-se devorá-lo facilmente. Com uma narração eletrizante, que nos faz pensar já saber o final (pensamento errado na maioria dos casos). Como sempre, Raphael Montes nos surpreende com o inimaginável.

Leia a resenha de Dias perfeitos

Sobre o Autor:

raphaelmontesRaphael Montes  é um escritor brasileiro, estudou no tradicional Colégio de São Bento. Estreou na literatura policial em 2009, com o conto A Professora, incluído na coletânea Assassinos S/A . Em 2012, seu primeiro romance, Suicidas , foi finalista dos prêmios Benvirá e Machado de Assis. Raphael anunciou que suas duas obras serão adaptadas para o cinema, com estréia para 2015/2016. Além disso, Dias Perfeitos será publicado nos Estados Unidos, Inglaterra, Espanha, Holanda, Itália e França.

Obras:

Resenha: “O Lado Mais Sombrio”

 

Título: O Lado Mais Sombrio (“Splintered”)

Autor(a): A.G.Howard

Páginas: 367

Editora: Novo Conceito

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Alyssa ouve as plantas e os insetos. Ela mantém sempre a tentativa de esconder isso de todos, pois sabe que poderá parar no lugar de sua mãe: um sanatório.

Alyssa sabe que a propiciedade da insanidade percorre seu sangue, já que Alice Liddell, quem inspirou Lewis Carroll a escrever Alice no País das Maravilhas, é sua tataravó.

Para quebrar a maldição que sufoca Alyssa e as outras mulheres de sua família, ela tem de entrar na toca do coelho e consertar os erros de Alice. Alyssa acaba levando consigo Jeb, um amigo. No mundo intraterreno, ela encontra Morfeu, seu “guia” nos País das Maravilhas, junto de abomináveis e sombrias criaturas, que foram caricaturadas por Lewis Carroll, ou pela própria Alice (que as fizeram parecer mais amigáveis, o que nada são).

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(É o primeiro livro de uma trilogia)

 

É como se toda a história de Alice sempre tivesse estado ali com esta sombra ao canto, sempre com esse seu lado sombrio. Quando você termina, fica difícil desligar uma história da outra, sem conseguir separar da história infantil, do que você acabou de ler.

A história se desenrola bem, até Morfeu (o guia no País das Maravilhas) ser adicionado à trama. É quando tudo vai de bom a melhor, sendo que ele é quem dá o maior mistério, fazendo-nos sempre perguntar de que lado ele está.

Quanto aos outros personagens, a autora conseguiu criar com muita humanidade, e também com modernidade (como personagens que andam de skate, usam piercings, dreads, etc.). Fora os seres intraterrenos (habitantes do País das Maravilhas) que chegam a ser macabros. E eu realmente comecei a acreditar nesse lado do País das Maravilhas.

O livro consegue esconder o mistério até o ultimo fio, não dando nem chances para se raciocinar (porém com um ritmo ótimo) já que acontecem várias reviravoltas, e logo quem é do bem já não é mais, e vice-versa.

O título, O Lado mais Sombrio deu um toque bem perturbador e estampa a impressão de terror. Porém achei que a adaptação do titulo fez perder um pouco do “jogo de palavras” que a autora utilizou para compor a trilogia, que seguem um tipo de padrão (*Splintered ->Unhinged->Ensnared). Não sei como serão adaptados/traduzidos os próximos títulos da trilogia, mas então espero que mantenham essa sequência de frase estilo “O Lado mais Sombrio”.

Quando vi a sinopse do livro, achei que fosse um daqueles livros chatos escritos em cima de um “conto mais popular” que só adicionam um casal a trama. Porém, a autora conseguiu ganhar uma grande singularidade, usando elementos da história original com uma boa vantagem.

 

Eu preciso ler o próximo livro, Unhinged, que foi lançado fora do país em janeiro,  nem que isso tenha que acontecer lendo ele em inglês (que eu não domino totalmente).  Há informações de que a Editora Novo Conceito já comprou os direitos autorais do segundo livro, acontece que não encontrei nenhuma divulgação de lançamento nacional oficial.

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O Lado mais Sombrio é o primeiro de uma trilogia, que segue a ordem:

1-Splintered

1.5-The Moth in The Mirror  (conto)

2- Unhinged

3-Ensnared

 

 

Sobre o autor(a) :

 A.G.Howard escreveu O lado mais Sombrio, seu primeiro livro, enquanto trabalhava em uma biblioteca escolar. Casada e mãe de dois adolescentes, ela divide seus dias entre passar o tempo com sua família e escrevendo o seu próximo livro. Quando não está escrevendo, gosta de patins, esquiar na neve, jardinagem e família.Vive em Amarillo,no Texas.

 

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Resenha: “A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista”

Título: A Probabilidade Estatística do Amor á Primeira Vista (“The Statistical Probability of Love at First Sight”).

Autor (a): Jennifer E. Smith

Páginas: 223

Editora: Intrínseca

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A probabilidade estatística do amor a primeira vista é um nome bem interessante para se dar a um livro. O livro conta a história de Hadley, e começa na manhã em que ela viaja para Londres, no casamento de seu pai, com sua futura madrasta; da qual Hadley, fugira de todas as possibilidades de conhecê-la antes da cerimônia. Ao voltar para pegar alguns pertences que esqueceu em casa, acaba perdendo o avião e tendo que esperar o próximo voo.

Já no aeroporto ela conhece Oliver, que a ajuda com as malas e coincidentemente senta-se na poltrona ao seu lado no avião. Eles passam o voo inteiro conversando, e Hadley comenta várias vezes de sua deplorável situação de briga com o pai. Mas o que são algumas horas conversando meio a dois fusos horários, quando se está atrasado para um casamento?

Quando chegam ao solo inglês, os dois seguem seus diferentes rumos, com uma grande possibilidade de nunca mais se verem. Porém qual seria a probabilidade deles se encontrarem novamente? E se eles se apaixonaram… a primeira vista?!

(…)

 

O livro conta uma história não muito monótona, porém com um final meio clichê. Achei algumas coisas bem previsíveis, porém é um livro de romance que trouxe uma essência a mais. Fala bem mais além da história de amor – o que é imaginável, pelo título- e se aprofunda em histórias íntimas da personagem principal, como de sua infância e família (tendo seus flashbacks). Portanto é um livro de romance, que também nos traz a situação dos problemas com a família, e como os personagens enfrentam isso.

A história tem seu lado bem fictício, como algumas coisas e atos da personagem que ela não sabe (?) as consequências que causarão. Porém, na maior parte, tem o livro o seu outro lado amável, no qual você se imagina poder estar na história ou viver algo assim. Também teve coisas, que achei que a autora poderia ter esclarecido no final, como algumas perguntas não respondidas (ou talvez essas não tenham tido a importância de serem lembradas e não influenciam na história, mas eu fiquei com a curiosidade…).

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Adorei a capa brasileira -mais do que a internacional, apesar de ser bonita também- pois achei mais colorida e que remete mais ao público jovem. O livro tem duração de cerca de 24 horas, e em cada capítulo são dados os horários dos dois países, para situar o leitor, lhe dar uma visão ampliada, e  a noção do tempo. O livro tem 223 páginas (sendo uma de agradecimentos). Foi lançado no Brasil pela Editora Galera Record, do título original “ The Statistical  Probability of love at First Sight ”.

 

Um livro muito fofo, agradável, que de certa forma, tenta dar respostas a seu título: Qual a probabilidade estatística do amor à primeira vista?

A Probabilidade Estatística do Amor a Primeira Vista está sendo adaptado para o cinema.O filme está sendo produzido por Carolibe Kaplan e Bruna Papandrea, mas não tem nenhuma previsão de lançamento.

 

Sobre a autora

 

Jennifer E. Smith É autora, também, de The Comeback Season e You Are Here. Formou-se em redação criativa pela Universidade de St. Andrews, na Escócia, e atualmente, trabalha como editora em Nova York.

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“Hadley fecha os olhos só por um momento. Ao abri-los novamente, o avião não está mais lá. Quem diria que quatro minutos poderiam mudar tudo?”

 Pág. 11 (a Probabilidade Estatística do Amor a Primeira Vista)