Resenha: A Garota dos Pés de Vidro

Título: A Garota dos Pés de Vidro ( The Girl with Glass Feet ).

Autor(a): Ali Shaw

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A História se passa no arquipélago de Saint Hauda’s Land. Dando seu início com Midas, um tímido fotógrafo que, à procura de novas fotos, conhece Ida, uma garota “do continente”. O autor, assim como Midas, deixa claro de que as botas de Ida eram grandes demais, assim como seu estranho andar.

Ida já havia estado em Hauda’s Land, tempos antes quando conheceu Henry Fuwa, o motivo de seu retorno. Ela acredita que Henry, um homem que conhece muito além dos mistérios da ilha, saiba a cura de sua incomum enfermidade. Ela está se tornando vidro.

Certa noite, Midas fica intrigado em descobrir o motivo do andar mancando de Ida, e lhe tira as meias enquanto dorme. Paralisado com o que vê, Midas tenta assimilar o que está diante de seus olhos: os pés de vidro da jovem Ida.

Ao longo da história também são exibidos flashbacks de cada um dos personagens (o que também sempre acaba atrasando um pouco o andamento da história) o que nos faz entender melhor cada um, como por exemplo, seus medos ou passagens significativas (marcantes), usadas como comparação.

Então Midas e Ida percebem que, talvez, estejam apaixonados. Juntos, vão tentar achar uma cura para a “doença” de Ida, que evolui mais a cada dia. Mas no meio de tudo, se deparam com um dilema: eles devem vivenciar seu presente ao máximo, enquanto ainda há tempo, ou continuar a buscar um futuro incerto?

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Não posso pensar que esqueci vagamente algumas páginas, ou estava procurando algo mais ao chegar na 287◦ página. Um livro cheio de belas paisagens bem detalhadas, um ponto que me incomodou em alguns momentos; gosto de livros detalhados, mas em algumas passagens, esse chegou a ser cansativo e repetitivo. O livro também tem um forte, desvendando a literatura fantástica muito entrelaçada com a realidade. A história não é só focada nos pés de Ida, mas também nos atenta ao amor; que pode tanto afundar,  destruir alguém, assim como trazer- nos de volta a vida.

Vemos em momentos que os “pés de vidro” de Ida são somente um detalhe e não um ponto da história, somente uma impossibilidade; e não valorizam o título. Para mim faltou história, faltou aproveitar o cenário criado.

A história poderia ter sido mais bem aproveitada, assim como trazer respostas como, por exemplo, a causa da enfermidade de Ida, coisas a qual o autor classifica como que simplesmente acontecem por acontecer.

 “Não há motivo. Não há explicação. As coisas acontecem, e só podemos tentar viver com isso.” (pag.169)

Ainda estou tentando juntar alguns pontos, a procura de algo que me faça entender o que fez o autor dar o final que se teve. Para mim, o objetivo mais apresentado na história, está em quanto tempo temos e quanto tempo nos resta, e como decidiremos aproveitá-lo; assim como, que às vezes devemos nos preocupar com o que estamos vivendo agora, no presente e por um segundo esquecer os planos incertos de um futuro indeciso.

Não há momentos altos ou baixos, os capítulos estão sempre se estendendo num mesmo ritmo, assim como as “aventuras” não são as tão lisonjeadas de tirar o fôlego. O detalhismo demasiado, como já citei, também me chamou a atenção, por mais encantadoras que as paisagens fossem. Também acho que deveria ter sido mais aprofundado o romance entre Midas e Ida, já que esse é um bom ponto da história. Acho que cada um pode julgar o livro de maneira muito pessoal e diferente. É uma boa história, mas deixa a impressão de que falta algo.

Mas ainda me intrigo com algumas “razões” da história. As coisas acontecem por acontecer? Bom,Talvez.

 

O livro, de Ali Shaw, conta com 287 páginas, tendo sido traduzido por Santiago Nazarian, e publicado pela Editora LeYa; que por sinal,  trouxe-nos uma edição maravilhosa,com uma capa encantadora e que não passa despercebida aos olhos. Com o livro fechado, podemos notar a cor cinza predominante nas laterais das páginas. Encontrei dois erros gramáticais, que podem passar absortos, apesar de que a esse ponto já devem ter sido corrigidos, contando que meu exemplar é de uma edição bem antiga (comprei em um sebo à alguns anos atrás, mas só agora decidi ler…)

 

 

Sobre o Autor:

Ali Shaw nasceu em 1982 e cresceu na pequena cidade de  Dorset, Inglaterra. Formou-se em literatura inglesa e depois foi trabalhar como vendedor de livros. Ele mantém um blog na internet onde fala sobre “A garota dos pés de vidro”.

 

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“É hora de acreditar no impossível. E, antes de mais nada, acreditar em si.”

 

“Você devia gastar seu dinheiro em livros. Sabe disso? Livros, Midas.” – pag. 81, A Garota dos Pés de Vidro.

 

 

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